Que sou eu em meio ao mundo?...
Cheia de quereres que não me completam!
Cheia de sabor de um vôo límpido pelo céu cinza...
Uma borboleta de asas arrancadas
...Sim, sou um ser humano
A pior espécie deles, sou poeta
E não admito ter perdido meu dom
Para isso que nada sei...
Um querer prolongado em vísceras
Um corpo cansado de ódio
Pelos mortais que me empedreceram
Ao canto das máquinas e lógicas.
Protesto ter que cessar meu olhar doce
Para ver besouros destruindo o verde.
Detesto as coisas transloucadas que me cercam
E grito um gritar de corações enamorados
Pela simplicidade do cru.
Com medo e sentindo, renovo meu eu
De asas arrancadas quando criança
E choro com um cigarro de palha nos lábios
A crueldade maquiada em falsos teatros.
...esmagaram-se,
E eu me achei alheio a morte do sentimento.
Um pólen de cerejeiras cor-de-vento.
[Isadora Fernandes de Oliveira – 20/09/2010]
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