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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

- "Outro lugar que pode ser feio ou bonito" -

Junto meus restos mortais diários

E fujo de mim para o sofrimento

Não mais me atingir, não me calar.

E sutilmente rompo as barreiras maternais

Da dor que me aprisiona

Com folículos pátricos

Que me moveram em direção ao suposto sujo e errado.

Ando pisando nas folhas secas minhas

Para mais cedo ou mais tarde

Matar-me a sangue frio, me jogando

Bem do alto para uma vida terna

Que passará em questão de segundos por meus olhos.

Quero colo, sempre!... E compreensão

Antes de ter que não realizar meus

Sonhos tão jovem!

E tão jovem caminho por caminhos degenerados

Procurando os pássaros da noite

Como beija-flor, caio ainda voando parada

E espero meu fim recente!

[Isadora Fernandes de Oliveira – 24/09/2010]

- Poesia Minha, Partida -

Me fui no entardecer dos contos

Me fiz nas Barcas Novas fechadas de dores

E agora, ando musicando poemas

Esdrúxulos, todos meus

Na esperança de um buscar pensante de Laranjeiras.


De minha antiga coita

Sobreviveram apenas marcas das lágrimas,

Rubras e inaugurais marcas num lenço seda.


Polens de uma vida poeticada

Aos passos das aranhas

E Línguas aquáticas

Passeando por entre as rajadas de vento.


Doce e sombrio, meu pensar (!)

Agora, um ser alheio a mim

Que de mim parte sem temer a quebra,

Mas partem tristes.


Coisa de amar

Cantiga de um escárnio eu

Que nunca me pertencera.


E eu cantarei,agora, docemente

A vida ambígua de um caminhar

Só e acompanhado... (porém só!)


Eu, sozinho, gritei seu nome na pele como tatuagem

E você sem sorrir, sem desvelar,

Galopou serena pela noite fria...


O tempo corrido, meu corpo acabado

Meu esperar cansado (de ti)

Mudou minhas vontades

E resolvi me presentear

Com esta que será minha passagem só de ida!

...Porque morrer trovador não dignifica

Mais a alma do poeta!

[Isadora Fernandes de Oliveira – 14/09/2010]

- As asas da Borboleta -

Que sou eu em meio ao mundo?...

Cheia de quereres que não me completam!

Cheia de sabor de um vôo límpido pelo céu cinza...

Uma borboleta de asas arrancadas

...Sim, sou um ser humano

A pior espécie deles, sou poeta

E não admito ter perdido meu dom

Para isso que nada sei...

Um querer prolongado em vísceras

Um corpo cansado de ódio

Pelos mortais que me empedreceram

Ao canto das máquinas e lógicas.

Protesto ter que cessar meu olhar doce

Para ver besouros destruindo o verde.

Detesto as coisas transloucadas que me cercam

E grito um gritar de corações enamorados

Pela simplicidade do cru.

Com medo e sentindo, renovo meu eu

De asas arrancadas quando criança

E choro com um cigarro de palha nos lábios

A crueldade maquiada em falsos teatros.

...esmagaram-se,

E eu me achei alheio a morte do sentimento.

Um pólen de cerejeiras cor-de-vento.

[Isadora Fernandes de Oliveira – 20/09/2010]

- Arte em extinção, Roendo as unhas -

No calor das sensações

Que uma vida se instaura legítima,

A miudeza de uma letra que te faz gritar

E um corpo enigrecido de prédios...

Sois de uma noite terna

Lamoriam uma quimera nascida de si,

Escondendo com a sujeira mundana

Os rastros nas luzes dos seres performáticos

O próprio Homem

Que destrói a poesia do respirar

De forma pútrida e simples

Sem o Belo.

[Isadora Fernandes de Oliveira – 20/09/2010]