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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

- O Homem Cordialmente Aventureiro -

Guria minha dos olhos de Esmeralda

Amar-te assim tornou-me coitado.

Fez doer até onde não se sente nada

Uma dor de arrancar os cabelos e

Chorar todos os segundos, meus, de respiração.


Amar-te assim, ardentemente, cantou-me

Um coração já iludido

E meus suspiros sufocantes adoecem

Em não lhe ter mais, minha linda

Borboleta verde com pintinhas cor de terra.


Nossos filhos, imaginários e retardados,

Larápios inglórios, sem cheiros, sem lembranças

Só misérias aranhas tecendo seda crua.

Nossas vidas escolhidas para sempre

Separadas ao acaso, corroem meu peito

Visceral de dor vermelha pulsante

E alimenta com gemidos no escuro um morrer

Sem o gosto amargo de teu gozo

...Um pra sempre que se acaba pela futilidade de uma aventura infantil!

[Isadora Fernandes de Oliveira – 22/11/2010]

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

“Como quem despertou de aéreo sonho.”

Camões, grande Camões, quão semelhante

Acho teu fado ao meu, quando os cotejo

Que já Bocage não sou!...

Sou qualquer um entre a Razão e o Coração

Sou, então eu, a própria poesia!

A própria matéria poética materializada em carne e osso

e sopros de um desejo absurdo de sofrer.

Quero fartar meu coração de horrores, hoje, mais do que nunca (!)

Para poder purificar meu corpo e alma nessa que é a grande dor.

Purificar meu corpo dessa medonha sociedade

Esculpida sobre gigantes devoradores de corações enamorados.

Dessa medonha sociedade que desaprendeu a ver a beleza do cru

pelo mercado de vísceras cor de dólar.


Isadora Fernandes de Oliveira - 09/12/2010.